Halitose é a alteração do odor do ar expirado. No entanto, é importante ressaltar que muitas pessoas “sentem” que têm mau hálito por perceberem desconfortos gustativos e olfativos, inclusive, associam o gosto amargo ao mau hálito.
A professora Ms. Celi Novaes Vieira, periodontista, coordenadora do curso de Odontologia Hospitalar e Domiciliar da Associação Brasileira de Odontologia – Seção de Goiás (ABO-GO), destaca que as principais causas da alteração do hálito relacionam-se com as alterações bucais ou sistêmicas que causam hipossalivação, e a sensação de mau hálito geralmente se associa à assialia (ausência de saliva).
É comum que se atribua a halitose a problemas estomacais. No entanto, os esfíncteres (válvulas que se fecham depois da passagem dos alimentos) gastrointestinais não permitem a passagem dos odores do estômago para o meio externo. “Se falarmos sobre alteração do odor do ar expirado, é bom lembrar que ele passa pelo pulmão. No entanto, quando a pessoa tem refluxo gastroesofágico alto, tem a ‘sensação’ de ter mau hálito pelo desconforto que o conteúdo gástrico causa na boca, tanto sensação de acidez bucal como o gosto amargo para alguns”, explica Celi Vieira.
É importante que a halitose seja sempre investigada, pois há uma parcela dos casos que está relacionada a doenças sistêmicas, como deficiências renais ou hepáticas, diabetes, sinusite, problemas respiratórios e tonsilas (amígdalas) inflamadas. Doenças autoimunes ou até mesmo o desequilíbrio hídrico, ou seja, baixo consumo de água, favorecem a incidência da halitose.
A indicação para lidar com a halitose é ficar atento à ingestão diária de água e manter uma higiene bucal correta: usar o fio dental e escovar os dentes após as refeições. Se, mesmo assim, os sintomas não desaparecerem, é hora de procurar a ajuda de um cirurgião-dentista ou de um médico.