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Prevenir é sempre o melhor caminho em qualquer situação. A prevenção e os cuidados com a saúde bucal devem ser iniciados ainda na gestação, enquanto o bebê estiver sendo gerado no ventre da mãe.

De acordo com a odontopediatra Dra. Liliane Narciso (CRO-DF 2249), nesse período, o atendimento é denominado pré-natal odontológico, no qual a mãe recebe orientações sobre todos os cuidados para que o recém-nascido já venha ao mundo com boas perspectivas para ter as estruturas orofaciais em ordem e desenvolver dentes saudáveis. O pré-natal odontológico é o nível nobre de prevenção da saúde bucal.

“O paladar da criança é formado no período gestacional. Se a mãe consome muito alimento açucarado durante a gravidez, essa criança poderá nascer com o paladar mais voltado para o açúcar. Existe um movimento chamado “Os Primeiros 1000 Dias da Criança”, que preconiza hábitos adequados a serem adotados pela mãe desde o período gestacional até os dois anos de idade da criança. Entre as recomendações, estão dieta zero açúcar para a gestante e o bebê e amamentação em livre demanda, entre outras. Todos esses cuidados vão favorecer a criança na aquisição de hábitos alimentares mais saudáveis e, consequentemente, em menor risco de desenvolvimento de cáries.

Parto prematuro  

Manter uma boa higiene bucal durante a gravidez é importante para prevenir partos prematuros e o nascimento de bebês abaixo do peso. Nesse período, a gestante fica mais propícia à gengivite e à periodontite em razão de alterações hormonais características dessa fase.

“Para evitar problemas durante a gravidez, é importante manter hábitos saudáveis, entre eles, a dieta que deverá ser sem açúcar. É preciso também uma rotina de higienização da boca e dos dentes, com o uso de fio dental, pasta de dente com flúor e escovações frequentes. Deve-se, ainda, evitar “beliscar” durante as refeições, comer nos períodos em que realmente fará a escovação e, nos intervalos, consumir alimentos que não causem cárie.”

A cirurgiã-dentista comenta sobre outro período importante, que é a fase do aleitamento materno. Essa fase influencia diretamente na formação da arcada dentária, pois estimula o desenvolvimento ideal das estruturas orofaciais. “O surgimento da cárie não tem relação direta com o leite materno, pois este não ocasiona problemas. Trata-se de uma doença açúcar-dependente, pois o que causa cárie, em qualquer fase da vida, é comer açúcares nos horários em que a higiene bucal não será realizada.”

Higienização da boca

A higienização da boca dos bebês deve ser iniciada ainda sem dentes. A orientação é para que seja feita com uma fralda ou com uma gaze molhada e com água filtrada uma vez por dia, de preferência associada ao horário no qual a criança vai dormir ou ao horário em que a criança está tomando banho.  

“É importante que a criança crie o hábito de ter a boca manipulada e a gengiva massageada. Recomenda-se que a higienização seja feita uma vez ao dia, até o nascimento dos dentes.” 

As mães devem evitar o uso de chupetas e mamadeiras, pois, na avaliação da Dra. Liliane, esse costume vai causar desmame precoce, respiração bucal, além de alterações das funções da língua e dos lábios.

O aleitamento materno traz muitos benefícios, entre eles: propicia a postura correta da língua, favorece a respiração oral e o selamento labial (durante a amamentação, a criança respira pelo nariz), posiciona corretamente a língua no céu da boca e trabalha os músculos orbiculares, promovendo, então, vedamento labial.

“A primeira função preventiva para se ter uma boa oclusão é o aleitamento materno. A partir do momento em que a criança passa a ter dente, além do aleitamento, é importante estimular o exercício da mastigação para proporcionar um bom desenvolvimento das estruturas orofaciais que estão interligadas. Logo, tem-se o estímulo da mandíbula, com a pega correta, com a linguinha funcionando satisfatoriamente. Quando a função ocorre do modo certo, as estruturas orofaciais vão se desenvolver corretamente também”. 

E completa: “O aleitamento materno é o nosso primeiro tratamento ortopédico gratuito. Por que eu falo ortopédico? Porque é nessa fase que a criança tem o maior potencial de crescimento das bases ósseas. Os estímulos adequados irão prepará-las para que possa receber os dentes decíduos e, posteriormente, os dentes permanentes”, disse.

Primeiros dentes 

Os primeiros dentes do bebê nascem, em média, aos seis meses de vida, mas essa idade pode variar. Há casos, ainda, em que a criança já nasce com o dente, que é o chamado dente neonatal. É nesta etapa que, segundo a odontopediatra, “o filho passa a ter direitos e deveres”.  

 “Quando nasce o primeiro dente, eu costumo falar para a mãe o seguinte: seu filho agora passa a ter direitos e deveres. Ele tem direito de mastigar e dever de escovar. A partir do momento em que tem o primeiro dente, a criança passa a ter risco de cárie. Então, é fundamental que seja formada a rotina de escovar os dentes após as refeições principais e estimular a mastigação. É mais fácil desenvolver uma rotina com um ou dois dentes do que com a dentição completa.”

Outro ponto a ser lembrado é que a escovação dos dentes deve ser inserida na rotina das crianças, espelhando-se nos hábitos dos pais e nas brincadeiras diárias.

“A criança conduz a vida por imitação, ou seja, os pais devem escovar os dentes com os filhos, cada um com a sua escova e, depois, o adulto escova o dente da criança. A escovação dos dentes deve ser inserida nas brincadeiras, formando a rotina de escovar os dentes depois do café da manhã, do almoço, do jantar e, se consumir alguma coisa, antes de dormir.” 

A escovação dos dentes é imprescindível em qualquer fase da vida, mas o dente de leite requer mais cuidados em razão de sua forma e da constituição. A polpa dental ocupa um espaço grande do dente de leite. É nesse momento que cáries interproximais em dentes de leite, por falta de fio dental, provocam um índice de tratamento de canal maior do que as cáries interproximais nos dentes permanentes.  

“Então uma cárie interproximal entre os dentes de leite vai atingir o canal, causando a necessidade de um tratamento de canal em bem menos tempo do que por uma cárie interproximal em dente permanente, porque a cárie no dente permanente desenvolve-se de maneira mais lenta e tem que percorrer uma distância maior até chegar à polpa dental.” 

Tratamento precoce de má oclusão

Com relação ao tratamento de má oclusão na infância, o início deve ser no pré-natal, orientando e sensibilizando a mãe sobre a importância do aleitamento materno, pois, além de promover o fortalecimento do vínculo com a mãe e da imunidade nutricional, essa conduta também estimula o desenvolvimento adequado das estruturas orofaciais. 

A mastigação possibilitará o desenvolvimento das arcadas (maxila e mandíbula) para que haja espaço quando os dentes permanentes nascerem. Então é essencial que a criança mastigue alimentos duros, secos e fibrosos para fortalecer essa região da boca.

“Quando as funções estão adequadas, as estruturas vão desenvolver-se dentro de um padrão de normalidade. A ortopedia funcional trabalha estimulando o funcionamento apropriado das estruturas, para que elas possam crescer da maneira correta. Se as funções estão sendo realizadas da forma adequada, promoverão a boa oclusão e o devido crescimento das estruturas orofaciais, que não são independentes.” 

Fase adulta 

Já a fase adulta da arcada dentária torna-se completa, em média, aos 13 anos de idade, já com todos os dentes na boca, faltando adicionar apenas os terceiros molares que, hoje em dia, geralmente são extraídos (os famosos sisos).  

“Mas as crianças estão bem precoces. Nas meninas, os dentes e a arcada dentária vão atingir o amadurecimento quando ocorre a menarca, ou seja, a primeira menstruação, porque o nível de crescimento ósseo já diminui bastante. Enquanto isso, meninos ainda passarão por surtos de crescimento entre 17 anos e 21 anos, em média.”

Os cirurgiões-dentistas, principalmente os que atendem crianças, têm a oportunidade de mudar a história da cárie e da má oclusão de uma família e das próximas gerações mediante orientações preventivas de maneira empática e com intervenções de mínima invasão (quando necessário).

“Cada vez mais, sentimos a necessidade de enxergarmos as crianças além dos dentes. Assim, nós, odontopediatras que atendemos famílias e crianças, temos a oportunidade de mudar a história da cárie e da má oclusão de uma família por meio de orientações preventivas adequadas, com empatia, amor e enxergando cada paciente como um ser único, com necessidades individuais.”

Mês da Saúde Bucal 

As orientações da Dra. Liliane Narciso fazem parte da série de ações promovidas pelo Conselho Regional de Odontologia do Distrito Federal (CRO-DF), referentes à campanha Mês da Saúde Bucal, realizada todo mês de outubro.  

Neste mês, todos estão convidados a usar a hashtag #SorrirFazBem e movimentar as redes sociais com essa causa. 

Prevenir, educar e conscientizar a população sobre boas práticas relacionadas à saúde, especialmente a bucal, é compromisso do CRO-DF!

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