CFO e CROs alertam: tabaco está entre as principais causas do câncer de boca

No Dia Mundial Sem Tabaco, o Sistema Conselhos reforça a importância do combate ao fumo para a saúde bucal e prevenção de tumores na cavidade oral.

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Neste 31 de maio, Dia Mundial Sem Tabaco, o Conselho Federal de Odontologia e os 27 Conselhos Regionais de todo país alertam que o fumo é a principal causa do câncer na cavidade oral, sendo que 95% dos pacientes acometidos pela doença são fumantes ou ex-fumantes. O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que 15.100 novos casos de câncer da cavidade oral sejam diagnosticados no Brasil, para cada ano do triênio de 2023 a 2025. Por esse motivo, nessa data, o Sistema Conselhos de Odontologia traz a mensagens de que o câncer de boca pode ser facilmente identificado nas fases iniciais, por meio de consultas aos cirurgiões-dentistas, e que abandonar o hábito de fumar é fundamental para a saúde bucal e o bem-estar geral dos pacientes.

Dados da OMS (Organização Mundial da Saúde) apontam que o tabaco mata mais de 8 milhões de pessoas por ano, sendo mais de 7 milhões dessas mortes resultantes do uso direto do produto, enquanto cerca de 1,2 milhão é o resultado de não-fumantes expostos ao fumo passivo. O câncer de boca, caracterizado pelo surgimento de tumores malignos que podem aparecer nos lábios, língua, gengiva, bochechas, céu da boca e embaixo da língua, está entra as doenças causadas pelo fumo e que podem levar a óbito caso não seja diagnosticado nas fases iniciais. O câncer bucal ocupa a oitava posição entre as doenças oncológicas mais frequentes no Brasil.

“O câncer de boca pode levar o paciente ao óbito, caso não seja identificado nas fases mais avançadas. Estamos falando de mortes evitáveis, uma vez que sua principal causa é o tabagismo. As pessoas devem se conscientizar de que fumar traz graves prejuízos à saúde, sendo que a boca é porta de entrada para a fumaça e sofre impactos negativos. Neste Dia Mundial Sem Tabaco, o Sistema Conselhos de Odontologia traz o alerta sobre a importância de combater o fumo”, destaca o secretário-geral CFO, Roberto Sousa Pires.

O tabaco e o câncer de boca

A cirurgiã-dentista Perla Assayag, tesoureira do Conselho Regional de Odontologia do Amazonas e especialista em Odontologia Hospitalar, esclarece que o tabagismo envolve uso de fumo, cigarro, charuto, cachimbo e rapé, sendo o agente mais associado ao câncer de boca, sendo que, em média, 95% dos casos diagnosticados envolvem fumantes ou ex-fumantes. “Quando o paciente está com uma alteração característica do tumor, é sempre relacionado ao tabagismo”, pontua.

Perla Assayag informa que o fumo aumenta de sete a dez vezes a possibilidade do paciente ser acometido por um câncer de boca, comparativamente a não fumantes. O uso do cigarro eletrônico pode também ser um potencial risco para o desenvolvimento do câncer de boca, embora evidências ainda não sejam conclusivas, mas a exposição ao vapor dos cigarros eletrônicos pode causar dano ao DNA das células da cavidade bucal, que pode predispor ao surgimento de tumores malignos. 

Além disso, a combinação entre tabaco e álcool pode ser ainda mais perigosa. “O uso simultâneo, do fumo e álcool aumentam a probabilidade do indivíduo ser cometido pelo câncer de boca. E se paralelo a isso, também não tiver uma boa higiene bucal e não fazer uso de uma alimentação saudável que inclua frutas e verduras aumentam também as possibilidades de câncer de boca”, afirma a cirurgiã-dentista.

O papel do cirurgião-dentista no combate ao câncer de boca

O Sistema Conselhos de Odontologia ressalta que os cirurgiões-dentistas estão entre os profissionais mais indicados para a identificação e diagnóstico de anormalidades na cavidade bucal, uma vez que conhecem toda as estruturas da boca e sua normalidade, como textura, cor, formato e os tipos de alteração que podem ocorrer, por isso podem identificar lesões precocemente. Além de diagnosticar a lesão, o cirurgião-dentista realiza o encaminhamento para o tratamento oncológico.

O cirurgião-dentista ainda possui papel fundamental no cuidado das possíveis sequelas para os tratamentos de câncer de boca, que podem ser de três tipos diferentes: a cirurgia, a quimioterapia e a radioterapia. O profissional faz parte da equipe multidisciplinar que realiza o atendimento integral do paciente, composta por médicos oncologistas, cirurgiões, dentistas, fonoaudiólogos, psicólogos e etc. 

Identificação e diagnóstico precoce da doença

O estágio inicial desse tipo de tumor é silencioso, por isso, a importância de sempre se consultar um profissional cirurgião-dentista para avaliação e prevenção. O autoexame também auxilia na identificação de qualquer anormalidade, como nódulos no pescoço, rouquidão persistente, dificuldade para mastigar, engolir ou de movimentar a língua, dormência sem causa específica, sangramento na boca sem ter machucado ou sangramento espontâneo e escarro com sangue. 

Além disso, mau hálito persistente, perda de peso, feridas ou úlceras que não cicatrizam por mais de dez ou quinze dias, manchas vermelhas ou brancas, são sintomas que requerem atenção e quando percebidos, o recomendado é procurar sempre um cirurgião-dentista para fazer esse diagnóstico precoce.

Uma vez que o tumor está em estágio avançado, ele causa dor e dificuldade para engolir e mastigar. Além disso, pode causar dificuldades para falar e rouquidão. Por isso a importância de identificada qualquer anormalidade, procurar um profissional da saúde para fazer uma avaliação completa e diagnóstico precoce o mais rápido possível.   

Perla Assayag destaca que a visita periódica a um dentista favorece o diagnóstico precoce do câncer de boca, pois é possível identificar lesões suspeitas. Sendo que diagnosticado no início, 80% desse tipo de câncer tem cura. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que a prevenção pode ajudar a reduzir a incidência de câncer em até 25% até 2025.

Homens representam grupo de risco

De acordo com dados do INCA, os homens são as maiores vítimas do câncer de boca no Brasil, sendo que dos 15.100 casos anuais estimados, 10.900 são de homens e 4.200 em mulheres. Um risco estimado de 10,30 casos novos a cada 100 mil homens e 3,83 a cada 100 mil mulheres. Pacientes do sexo masculino estão entre o grupo de risco principalmente pelo consumo de fumo e tabaco. Outra questão também é a incidência do HPV, pois existe relação entre o câncer de orofaringe com o vírus que é transmitido através de relações sexuais sem preservativo.  

Em homens, o câncer de boca é o 4º mais frequente na região Sudeste (13,16 por 100 mil) e o 5º nas regiões Nordeste (8,35 por 100 mil), Centro-Oeste (8,14 por 100 mil) e Norte (4,53 por 100 mil). No Sul (10,52 por 100 mil), ocupa a 6º posição. Já entre o público feminino, é o 13º nas regiões Sudeste (4,37 por 100 mil), Nordeste (3,87 por 100 mil) e Norte (1,96 por 100 mil). Na região Centro-oeste (3,21 por 100 mil), ocupa a 15ª posição e na região Sul (3,60 por 100 mil), está na 16ª posição.

“Fica aqui o alerta para as pessoas que fazem parte desse grupo de risco sobre os fatores que levam ao tumor. Infelizmente hoje as mulheres também estão sendo acometidas. Um exemplo é aqui no Amazonas, para esse biênio, os casos são uma incidência de noventa casos no sexo masculino e trinta no sexo feminino. E quando o diagnóstico é feito precocemente, a chance de cura é muito grande, pois as cirurgias são minimamente invasivas e não causa deformação. Diferentemente de quando o câncer está em estágio avançado, onde as cirurgias são mais invasivas e podem causar alguma deformidade”, esclarece Perla Assayag.

O melhor caminho é não fumar

A tesoureira do Conselho Regional de Odontologia do Amazonas, Perla Assayag, destaca que a melhor prevenção para o câncer de boca é o combate ao tabaco. “Evitem o fumo. Ele faz mal não só pra cavidade oral, faz mal para todo o corpo. Por isso, fica o alerta: evite o fumo e o álcool indiscriminadamente”, conclui. 

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