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Entre outubro e dezembro de 2020, um grupo de professores do Departamento de Odontologia da Universidade de Brasília conduziu uma pesquisa sobre a prevalência da COVID-19 entre profissionais da Odontologia no Distrito Federal.  O estudo contou com o apoio do CRO-DF, do SESC-DF e da FIOCRUZ-SP, além do auxílio financeiro da Universidade de Brasília.

            O objetivo foi responder uma pergunta crucial: trabalhar na Odontologia configura maior risco para adquirir COVID-19? Para tanto, mediu-se a prevalência dos anticorpos contra o vírus SARS-COV-2 entre cirurgiões-dentistas, auxiliares e técnicos em saúde bucal no período anterior à vacinação.

            A pesquisa também buscou conhecer aspectos relacionados à adoção de normas de biossegurança e modificações da jornada de trabalho durante o período inicial da pandemia, quando ainda se conhecia muito pouco sobre a doença.

            A equipe de pesquisa foi constituída por quatro professores do curso de Odontologia da UnB (Adriano de Almeida de Lima, Cristine Miron Stefani, Erica Negrini Lia e Tiago Araújo Coelho de Souza), uma aluna de doutorado do Programa de Pós-graduacão em Odontologia da UnB (Jaiane Medeiro Ribeiro) e uma aluna de Iniciação Científica (Stefany  Farias). 

            Com o apoio financeiro da UnB, foi possível contratar uma equipe que ficou responsável pelo contato com os profissionais e por realizar as testagens. Além de contribuir com a formação de pessoal em pesquisa, por meio do desenvolvimento de uma tese de doutorado e de uma iniciação científica, o projeto contribuiu a compreensão dos riscos reais da COVID-19 na comunidade odontológica.

O que motivou a realização da pesquisa?

A grande preocupação sobre o maior risco de aquisição da COVID-19 entre os profissionais da Odontologia e a segurança dos pacientes em frequentar os consultórios odontológicos, em função do contato com saliva, perdigotos e sangue.

Como foi realizada a pesquisa?

A partir de uma listagem de todos os profissionais de saúde bucal (cirurgiões-dentistas, técnicos e auxiliares em saúde bucal) inscritos no CRO-DF, foi realizado um sorteio de acordo com a região administrativa de trabalho. Os profissionais receberam ligações telefônicas do CRO-DF, convidando-os a participar da pesquisa por meio da realização do teste rápido de detecção de anticorpos e da resposta a um questionário sobre a sua prática profissional.

Quantos profissionais foram testados?

Inicialmente, foram contactados por telefone 1.169 cirurgiões-dentistas, 1.139 TSBs e ASBs. Ao final, foram testados 324 cirurgiões-dentistas, 102 TSBs e 91 ASBs.

Os desafios no que concerne a captação de voluntários envolveram a dificuldade em encontrar os profissionais que estavam com cadastro desatualizado junto ao CRO-DF e as recusas em participar da pesquisa.

Quais foram os principais resultados?

No período de realização dos testes, foram identificados 19,1% dos cirurgiões-dentistas positivos para anticorpos contra o vírus SARS-CoV-2. Na mesma época, um outro estudo realizado no DF mostrou prevalência de anticorpos na população geral em torno de 17%. Do ponto de vista estatístico, essas prevalências são iguais.

            Além disso, houve associação do teste positivo entre cirurgiões-dentistas à presença de pessoas que moravam na mesma casa e que também haviam testado positivo. Isso significa que o cirurgião-dentista não apresentou risco ocupacional aumentado de ter a doença e, consequentemente, a aquisição da doença pode ter ocorrido no ambiente familiar. A mesma conclusão foi obtida no caso dos TSBs e ASBs. A explicação provável é a de que a utilização de equipamentos de proteção individual (EPI) – como máscaras, jaleco e “face shield” – no trabalho contribui para a segurança dos profissionais.             Em relação aos Técnicos e Auxiliares em saúde bucal (TSB/ASB), 23,3% estavam positivos para anticorpos contra o vírus SARS-CoV-2. Uma pesquisa realizada em outubro de 2020 com dados do sistema nacional (e-SUS) avaliou a prevalência de casos confirmados de COVID-19 observados em profissionais de saúde bucal. Os resultados foram 21,19% e 22,62% dos CDs e TSBs/ASBs, respectivamente. Assim, não houve diferença entre os dados dos TSBs/ASBs obtidos no DF e no estudo nacional.

             No que se refere à redução das horas trabalhadas, 49,2% dos TSBs/ASBs não reduziram carga horária de trabalho e 44% reduziram as horas diárias trabalhadas. A maioria dos cirurgiões-dentistas, por sua vez, manteve-se ativa profissionalmente durante a pandemia, embora somente 22,5% destes não tenham sofrido redução na carga horária. Verificou-se, também, que 26% dos técnicos e auxiliares utilizavam o transporte público como principal meio de locomoção, contrastando com 4,6% dos CDs.

Qual a mensagem final da pesquisa aos profissionais da saúde bucal?

É indispensável, para a prevenção da transmissão de infecções, a utilização de EPIs de forma correta durante a prática odontológica, bem como seguir todas as normas de biossegurança. Clique aqui e leia artigo cientifico da pesquisa.

Confira abaixo vídeo da pesquisa:

PESQUISA REALIZADA PELO DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA DA UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA MOSTROU QUE O RISCO DE ADQUIRIR COVID-19 ENTRE PROFISSIONAIS DA SAÚDE BUCAL É O MESMO DA POPULAÇÃO GERAL

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