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Relação da Odontologia com o aleitamento materno reforça a importância da participação do cirurgião dentista como incentivador e integrante da promoção de saúde bucal.

Em abril de 2017, o Congresso Nacional sancionou a Lei nº 13.435, instituindo agosto como o mês do aleitamento materno e intitulando-o como Agosto Dourado. O Conselho Federal de Odontologia (CFO), junto ao Sistema Conselhos, reforça a importância da campanha de incentivo ao aleitamento materno no Brasil. Para isso, a Campanha Agosto Dourado faz alusão ao leite, considerado o “alimento de ouro” para os bebês nos primeiros seis meses de vida.

A amamentação tem sido incentivada não somente em função de o leite materno ser o alimento mais completo e digestivo para o bebê, mas também pela sua ação imunizante que o protege de diversas doenças. Além disso, durante o aleitamento materno ocorre um íntimo contato entre mãe e filho, fortalecendo o elo afetivo mãe-bebê, o qual é importante para o desenvolvimento psicoafetivo da criança, ajudando-a a se adaptar ao mundo exterior. Somadas a estas vantagens, há os benefícios diretamente ligados à saúde bucal, que ainda são desconhecidos de parcela significativa da sociedade.

A amamentação contribui para o crescimento dos ossos e dos músculos, levando à harmonia da face, ao correto posicionamento de dentes e língua, além de auxiliar a respiração e a fala. A sucção que o bebê precisa realizar durante a mamada estimula o desenvolvimento dos ossos maxilares, ajudando na projeção do queixo do bebê para frente, o que representa um ponto muito importante, já que ele nasce posicionado um pouco para trás. “Somado a isso, a criança também desenvolve a respiração pelo nariz e o posicionamento da língua enquanto mama. Esses aspectos auxiliam muito no desenvolvimento de uma fala mais clara” (KUBOYAMA, 2019).

Além de recrutar os músculos certos para o correto desenvolvimento craniofacial, o aleitamento materno contribui para:

  • a interação das funções de sucção, deglutição e respiração;
  • a redução nas chances de adquirir hábitos nocivos de sucção;
  • a qualidade dos tecidos dentários, pois o leite materno é fonte importante de cálcio e outros minerais;
  • o desenvolvimento da articulação temporomandibular;
  • a defesa imunológica para a saúde global do indivíduo; e
  • a redução do risco de cárie.

 E quando não é possível amamentar ?

Diante da impossibilidade do aleitamento materno, é necessário prevenir problemas que têm maior prevalência nas crianças que não receberam esse tipo de estímulo. O ideal é

 KUBOYAMA, Juliana. “Amamentação e Odontopediatria: por que o aleitamento materno é benéfico ao desenvolvimento dos bebês?”. In: Portal Ped. 11 de janeiro de 2019. Disponível em: https://www.portalped.com.br/outras-especialidades/odontopediatria/amamentacao-e-odontopediatria-por-que-o-aleitamento-materno-e-benefico-ao-desenvolvimento-dos-bebes/. Acesso em: 11 de agosto de 2022.

procurar um odontopediatra para, em uma equipe multidisciplinar, acompanhar o desenvolvimento infantil e munir-se de informações.

Kuboyama (2019) reforça que a falta de estimulação adequada das funções orais e da sucção pode ocasionar alguns desvios ou determinadas modificações no desenvolvimento do sistema estomatognático, como as maloclusões, hábitos parafuncionais e a respiração bucal. Estes podem começar a se instalar em idades muito precoces, principalmente logo após o nascimento.

Pesquisas também observaram que crianças com menor tempo de aleitamento materno exclusivo desenvolvem, com maior frequência, hábitos orais nocivos, como chupeta e sucção digital, e possuem sete vezes maior risco de adquirir esses hábitos, quando comparadas com as crianças aleitadas no seio materno.

O Conselho Regional de Odontologia do Distrito Federal (CRO-DF) ressalta a importância do odontopediatra na abordagem da promoção da saúde, durante os primeiros mil dias de vida do bebê. Nesse período, a gestante, a puérpera e a família envolvida devem ser orientadas e motivadas para a criação de novos hábitos. O odontopediatra, em sua rotina e planejamento diário, é o especialista responsável pelo pré-natal odontológico da gestante, no qual são abordados, de maneira educativa, a importância de manter uma saúde oral com ênfase na necessidade de a gestante empreender esforços para cuidar da própria saúde oral e munir-se de informações, bem como a rede de apoio para que o aleitamento materno ocorra.

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